quarta-feira, 2 de abril de 2014

Lista de obras do PAES 2014



Literatura: travessias e territorialidades na ficção

A equipe de Literatura da COTEC/UNIMONTES, seguindo tendência estabelecida em
vestibulares anteriores, traz à cena discussões sobre territorialidades, espaços – geográficos,
urbanos, étnicos e culturais – representados pela literatura, pelo cinema e pela música. A
forma como a arte lê as espacialidades ajuda a refletir sobre as experiências humanas, os
conflitos subjacentes às travessias e aos intercâmbios culturais. Além disso, indagar sobre os
lugares que constituem nossa história é modo de refletir sobre as relações do homem com o
outro, com seus lugares de morada e de trânsito e com o contexto cultural que o circunda. O
modo como os processos urbanos e de ocupação do espaço é figurativizado na literatura
contemporânea e em outras mídias; os espaços rurais e imaginários; as poéticas do
espaço;arquitetura e representações sociais e literárias da linguagem; a metaforização das
espacialidades nos textos literários; figurações artísticas contemporâneas; a desterritorialização
e o exílio são temas encenados nas obras indicadas para o Programa de Avaliação Seriada para
Acesso ao Ensino Superior da UNIMONTES. São obras que nos desfiam a pensar sobre a
flexibilização dos paradigmas que envolvem os conceitos de travessia e territorialidades tão
discutidos na contemporaneidade.
Obras selecionadas:

1ª Etapa:
Filme Os Inconfidentes, direção de Joaquim Pedro de Andrade (Brasil/Itália, 1972, 100
minutos)
Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles (qualquer edição)
Capitães de Areia, Jorge Amado (qualquer edição)
Poema: “Infância”, Carlos Drummond de Andrade
Música: “Meu Guri”, Chico Buarque de Holanda
Nessa etapa, as territorialidades expandem-se historicamente, contemplando as ansiedades
ideológicas do período neoclássico brasileiro, além de permitirem refletir sobre o momento
político atual. As obras que exploram a infância propiciam um olhar sobre as projeções da
criança em espaços e tempos diferenciados, deslocando-se da ideia clichê da infância idílica e
romantizada.

2ª Etapa:
Poemas: “Canção do exílio”, Gonçalves Dias; “Canção do exílio”, Murilo Mendes; “Nova
Canção do exílio”, Carlos Drummond de Andrade; “Canção do exílio facilitada”, José Paulo
Paes; “Lisboa Aventuras”, de José Paulo Paes; “Canção do Exílio”- Casimiro de Abreu;
“Jogos florais I e II”, Antônio Carlos de Brito (Cacaso)
Música: “Sabiá”, de Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Holanda
Contos Escolhidos, Machado de Assis. Editora Martin Claret
Casa de Pensão, Aluísio Azevedo (qualquer edição)
Quarto de despejo, Carolina Maria de Jesus
A segunda etapa, que privilegia as obras do Romantismo e do Realismo no Brasil, aponta para
uma reflexão sobre os temas do exílio, nos vários diálogos encetados a partir da paradigmática
“Canção do exílio”, poema romântico de Gonçalves Dias. As comparações permitem evocar as
significações que emergem dos lugares de afastamento, geográficos ou ideológicos, que
representam as diásporas e os sujeitos em trânsito. Os romances Casa de Pensão e Quarto
dedespejo, embora pertencentes a épocas distintas, evocam o lugar (pensão e favela) como
ponto de partida para a manifestação do sujeito à margem da sociedade, com suas
especificidades. Os contos machadianos, por sua vez, perfuram a aparente fixidez dos espaços
sociais, a partir de um olhar crítico e reflexivo.

3ª Etapa:
Passaporte para a China: crônicas de viagem. Lygia Fagundes Telles. São Paulo:
Companhia das Letras, 2011
Passaporte. Fernando Bonassi. São Paulo: Cosac Naify, 2001
• Contos: “Felicidade Clandestina”, Clarice Lispector; “A menina de lá” e “Soroco, sua
mãe, sua filha”, de João Guimarães Rosa (esses últimos integram o livro Primeiras
estórias. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira)
• Filme: A menina que roubava livros
• Alguma literatura: crônicas. João Caetano Canela
As travessias, as viagens, os deslocamentos estão contemplados nas obras de Lygia Fagundes Telles e Fernando Bonassi, inclusive na exploração da espacialidade da folha em branco, que
brinca com as sugestões entre o livro e o passaporte. A mistura de gêneros textuais, de
lugares, de culturas compõe o tema das duas obras. Os contos de Clarice Lispector e
Guimarães Rosa evocam a juventude e a leitura como experiência transformadora e
provocadora de novas realidades. O livro de João Caetano Canela apresenta uma concepção
do espaço norte mineiro em diálogo com as territorialidades universais.





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